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Portadores de SS queixam-se frequentemente de fadiga. Fadiga é aquele cansaço intenso, provocado por trabalho e/ou exercicios pesados. Em alguns casos surge uma espécie de incapacidade muscular para desenvolver um trabalho (in Wikipedia) ou ainda uma sensação intensa de falta de energia (idem). Entende-se então que a fadiga provém de excesso de atividade corporal e/ou muscular.
A fadiga pode ser perigosa quando, por exemplo, a pessoa está dirigindo um carro ou operando máquinas, pois pode perder a concentração, causando acidentes.
Entretanto, alguns doentes de SS, mesmo em repouso, sentem os sintomas da fadiga, sintomas estes que podem aparecer inesperadamente ou evoluir lentamente,
com cansaço ou exaustão em alguém que não teria nenhuma razão aparente para se
sentir fatigado.
Pesquisando sobre o assunto, cheguei ao site EMEDIX. Nele encontrei um excelente artigo assinado pelo Professor Dr. José Antônio Levy, que merece ser lido cuidadosamente, sobre a Síndrome da Fadiga Crônica.
O autor não faz qualquer referência à SS, mas algumas coincidências (ou não?) me chamaram a atenção:
1. Os sintomas: os sintomas são muitos, e alguns bem parecidos com os da SS, como, por exemplo, alterações do
sono, depressão (causada pelas dores e fadiga), dores (as mais diversas) , distúrbios intestinais,
dores de garganta (com presença de gânglios inflamados). Como se pode notar, os sintomas se entrelaçam. Não dormimos por causa da depressão, temos depressão porque não dormimos e sentimos dores, nosso intestino funciona mal porque não dormindo e estando constantemente cansados e com dor, não nos alimentados bem, a imunidade baixa traz a inflamação e consequente aumento dos gânglios. Não sou médica, nem pretendo ser, mas a minha grande experiência com a SS me faz raciocinar assim. Que me perdoem os entendidos no assunto.
2. As causas: Assim como na SS, os doentes de Fadiga Crônica não tem confirmação da causa. Pode ser, inclusive, de origem autoimune.
3.Tratamento: Como a causa e o mecanismo da enfermidade não estão determinados, não existe um tratamento específico.
4. Acompanhamento psicológico: Por ser debilitante, o acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico, conforme o caso, é altamente recomendado. Como na SS, a ajuda e presença dos familiares é de suma importância.
O site do Dr.
Drauzio Varela, me fez acrescentar algumas observações que achei também importantes:
"Cansaço
é uma das cinco queixas mais frequentes dos que procuram os clínicos
gerais. Nessas ocasiões, cabe ao médico encontrar uma causa que
justifique a falta de disposição.
As mais comuns costumam ser:
* Doenças cardiovasculares (insuficiência cardíaca, arritmias, etc.);
* Doenças autoimunes (lúpus, polimiosite, etc.);
* Doenças pulmonares (enfisema, quadros infecciosos, etc.);
* Doenças endócrinas (hipotireoidismo, diabetes, etc.);
* Doenças musculares e neurológicas;
* Apneia do sono e narcolepsia;
* Abuso de álcool e outras drogas;
* Obesidade;
* Depressão e outros distúrbios psiquiátricos;
* Infecções;
* Tumores malignos.
A experiência mostra que contingente expressivo de pessoas que se
queixam de cansaço, não se enquadra em nenhum desses diagnósticos. A
tendência dos médicos nesses casos é atribuir a queixa às atribulações
da vida moderna: noites mal-dormidas, alimentação inadequada, falta de
atividade física, problemas psicológicos ou mera falta de vontade de
trabalhar.
Alguns desses pacientes, no entanto, sentem-se muito mal,
excessivamente cansados, incapazes de concentrar-se no trabalho e
executar as tarefas diárias. Inconformados, fazem via sacra pelos
consultórios atrás de um médico que leve a sério seus problemas, lhes
ofereça uma esperança de melhora ou, pelo menos, uma explicação para o
mal que os aflige.
São os portadores da síndrome da fadiga crônica, diagnosticada mais frequentemente em mulheres do que em homens. (Eu nem precisava ler para saber! - somos sempre premiadas). (...)
Não há exames de laboratório específicos para identificar a fadiga crônica. De acordo com o International Chronic Fatique Syndrome Study Group,
o critério para estabelecer o diagnóstico é o seguinte: considera-se
portadora da síndrome toda pessoa com fadiga persistente,
inexplicável por outras causas, que apresentar no mínimo quatro dos
sintomas citados abaixo, por um período de pelo menos seis meses:
* Dor de garganta;
* Gânglios inflamados e dolorosos;
* Dores musculares;
* Dor em múltiplas articulações, sem sinais inflamatórios (vermelhidão e inchaço);
* Cefaleia com características diferentes das anteriores;
* Comprometimento substancial da memória recente ou da concentração;
* Sono que não repousa;
* Fraqueza intensa que persiste por mais de 24 horas depois da atividade física.
Alguns estudos sugerem que predisposição genética, doenças
infecciosas prévias, faixa etária, estresse e fatores ambientais tenham
influência na história natural da enfermidade. Condições como
hipoglicemia, anemia, pressão arterial baixa ou viroses misteriosas
também são lembradas, mas a verdade é que as causas da síndrome da
fadiga crônica são desconhecidas.
A evolução da doença é imprevisível. Às vezes, desaparece em pouco
mais de seis meses, mas pode durar anos ou persistir pelo resto da vida.
A ignorância em relação às causas da síndrome, explica a
inexistência de tratamentos específicos para seus portadores. Os
sintomas são passíveis de tratamentos paliativos, entretanto
anti-inflamatórios são recomendados para as dores musculares ou
articulares; drogas antidepressivas podem melhorar a qualidade do sono.
Mudanças de estilo de vida podem ser úteis. Os
especialistas recomendam uma dieta equilibrada, uso moderado de álcool,
exercícios regulares de acordo com a disposição física e a manutenção do
equilíbrio emocional para controlar o estresse.
Reabilitação fisioterápica e condicionamento físico são fundamentais para a manutenção da atividade física e profissional.
Como em todas as doenças mal conhecidas, proliferam os assim chamados
tratamentos naturalistas, alguns dos quais apregoam
resultados milagrosos para a fadiga crônica. Infelizmente, não
há qualquer evidência científica de que eles modifiquem a evolução da
doença.(http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/sindrome-da-fadiga-cronica/)
Mais uma vez fico bem desanimada por não poder trazer ótimas notícias para os que me pedem uma palavra de conforto. Vale a intenção, não é? Bjks.
Neli Alves